Documento de contrato de financiamento imobiliário sobre mesa de madeira com caneta e óculos

Imagine um cenário: você trabalha, economiza, conquista a casa própria por meio de financiamento. Tudo vai bem, até o momento em que uma doença grave muda sua rotina, sua renda, sua vida. O medo toma conta. E aquela pergunta surge: e agora, vou perder meu imóvel?

Nem todo mundo sabe, mas existem situações em que a legislação brasileira oferece proteção ao cidadão, garantindo a quitação do financiamento imobiliário em caso de doenças graves. Entender esse direito faz toda a diferença.

No portal Direitos que eu tenho, nossa missão é justamente essa: traduzir temas complicados do universo jurídico e financeiro em linguagem acessível, simples e direta. Vamos falar exatamente sobre isso agora.

Como funciona a quitação do imóvel em caso de doença grave

Todo financiamento de imóvel residencial costuma incluir, de forma obrigatória, o chamado Seguro por Morte e Invalidez Permanente (MIP). Esse seguro está atrelado ao contrato, tanto nos bancos públicos quanto privados. Na prática, se o titular do financiamento sofrer invalidez permanente por doença ou acidente, o saldo devedor pode ser quitado totalmente.

Muitas pessoas pagam esse seguro sem perceber, mês a mês, junto com a prestação.

A dúvida mais frequente é: quais doenças dão direito a essa quitação? A resposta não é tão óbvia, já que depende do laudo médico, da seguradora e do entendimento de cada caso. Mas algumas doenças são frequentemente reconhecidas como causadoras de invalidez permanente.

Principais doenças que garantem a quitação do imóvel

Antes de listar, vale um alerta: não basta ser diagnosticado com a doença. É necessário que ela tenha causado invalidez permanente e total para o trabalho exercido. Não é apenas estar doente, mas a incapacidade para exercer sua profissão de forma definitiva.

  • Câncer em estágio avançado: Tumores malignos, especialmente quando há metástase ou o tratamento impossibilita o retorno ao trabalho.
  • Acidente Vascular Cerebral (AVC) com sequelas graves: Pode gerar perda de movimentos ou de funções importantes, tornando impossível o exercício profissional.
  • Esclerose múltipla: Em casos avançados, os sintomas neurológicos impedem a continuidade das atividades laborais.
  • Doença de Parkinson em estágio avançado: Quando limita de modo severo as funções motoras e cognitivas.
  • Insuficiência renal crônica (dependência de hemodiálise permanente): A rotina de tratamentos ou gravidade clínica podem impedir o trabalho.
  • Cardiopatia grave: Certas doenças do coração, como insuficiências graves, também podem ser reconhecidas, desde que impliquem invalidez total para o trabalho.
  • Sida/HIV em estágio avançado: Só é considerada nos casos em que há progressão severa com limitação permanente.
  • Cegueira total, surdez bilateral ou perda total de membros: Essas condições costumam ser reconhecidas como causadoras de invalidez permanente.
  • Paralisia irreversível e incapacitante: Seja qual for a origem, se torna causa para a cobertura.

Não há uma “lista fechada”, porque o que de fato gera o direito é a incapacidade total e permanente atestada por laudo médico oficial. Ou seja, é a consequência da doença, não só o diagnóstico em si.

Contrato de seguro de financiamento habitacional sendo analisado por pessoa

O papel da perícia médica

É sempre o laudo médico que determina a incapacidade. Muitas vezes, mesmo com uma doença grave, será necessária uma perícia, tanto do INSS quanto da seguradora do contrato. O critério costuma ser se o segurado realmente ficou impossibilitado permanentemente de exercer a sua principal atividade profissional. Por isso, os laudos detalhados são fundamentais.

A burocracia existe, mas o direito é real. Não desista na primeira negativa.

Acontece só para o titular?

O seguro MIP cobre apenas o titular responsável indicado no contrato do financiamento. Se houver mais de um titular (exemplo: casal), normalmente cada um está coberto apenas pela parte que lhe corresponde. Por exemplo, se ambos arcam igualmente com o financiamento, e um deles sofre invalidez, metade do saldo pode ser quitada pelo seguro.

Isso pode gerar dúvidas e até confusão, mas em geral, cada contrato deixa expresso o percentual de responsabilidade de cada pessoa. Em alguns casos, vale a pena revisar atentamente a apólice.

Como é o processo para solicitar a quitação

Pode parecer assustador enfrentar a burocracia bancária, mas o primeiro passo é reunir todos os documentos. Veja o que costuma ser pedido:

  1. Cópia do contrato de financiamento;
  2. Documentos pessoais (RG, CPF);
  3. Laudo médico atualizado e detalhado, atestando a invalidez permanente;
  4. Relatórios de exames e perícias oficiais, quando existirem;
  5. Formulário de solicitação junto à instituição financeira.

O pedido deve ser feito diretamente na instituição financeira ou banco onde o financiamento foi contratado. O processo pode demorar algumas semanas, ou até meses, conforme o caso. Por isso, mantenha todos os recibos e documentos organizados.

Cuidados na hora de pedir a quitação

Pode ser necessário insistir. Se o pedido for negado de imediato, peça as justificativas por escrito e busque orientação de um advogado ou defensor público. O portal Direitos que eu tenho possui materiais que explicam esses caminhos com mais detalhes, de forma clara e prática, sempre pensando no cidadão.

Persistência, informação e organização são seus aliados nesse momento delicado.

Relatos reais mudam nossa percepção

Muitas famílias desconhecem esse direito e continuam pagando prestações mesmo sem condições. Há quem já tentou, desistiu, e lá na frente descobre que poderia ter buscado a cobertura pelo seguro. Por isso, falar sobre esse tema e compartilhar informação pode literalmente mudar vidas.

Família feliz reunida em casa após quitação do imóvel

Conclusão: conheça seus direitos para não perder sua casa

Os financiamentos de imóveis trazem ansiedade, expectativas e muitos sonhos. Descobrir uma doença grave é um baque, mas não saber dos seus direitos pode trazer ainda mais sofrimento. Se esse for seu caso, pare. Procure informação, busque auxílio e não deixe de recorrer ao seguro previsto no seu contrato.

No Direitos que eu tenho, nosso compromisso é ajudar você a reconhecer e efetivar seus direitos, com linguagem simples e orientação prática. Sua casa é fruto de muito esforço. E pode haver soluções – mesmo nos momentos mais difíceis.

Se ainda ficou com dúvidas ou quer saber mais sobre outras situações que geram direitos, acompanhe nossos artigos, compartilhe sua história, ou entre em contato conosco. Informação é seu melhor caminho para a justiça se tornar realidade!

Perguntas frequentes

Quais doenças garantem quitação do imóvel?

Várias doenças podem gerar o direito à quitação do financiamento, desde que tragam invalidez permanente e total. Entre as principais, estão: câncer em estágio avançado, AVC com sequelas graves, esclerose múltipla, doença de Parkinson avançada, insuficiência renal crônica, cardiopatias graves, HIV/Sida em estágio avançado, cegueira, surdez bilateral e paralisias incapacitantes. O que importa é o grau de incapacidade, não exatamente o nome da doença.

Como solicitar a quitação do financiamento?

É preciso reunir o contrato do imóvel, documentos pessoais, laudo médico detalhado atestando a invalidez e outros exames, além de preencher o formulário exigido pelo banco. O pedido é feito na instituição financeira onde foi contratado o financiamento. Caso haja negativa, busque justificativas e, se necessário, apoio jurídico.

Quem tem direito à quitação do imóvel?

Somente o titular do financiamento que ficou inválido de forma permanente e total. Se houver mais de um titular, a cobertura será proporcional ao percentual de participação de cada um no financiamento, de acordo com o que está registrado no contrato e apólice de seguro.

A quitação vale para qualquer banco?

O seguro de quitação por invalidez é obrigatório em todos os financiamentos habitacionais, seja em bancos públicos ou privados. O direito deve ser respeitado nos contratos que possuam o seguro MIP, desde que os critérios de incapacidade total e permanente sejam comprovados.

O que fazer após diagnóstico de doença?

Procure seu médico para avaliação detalhada. Reúna laudos e relatórios, confira se o seu contrato tem seguro MIP, e faça o pedido ao banco. Se for negado, peça apoio de profissionais ou órgãos de defesa do consumidor. E principalmente: informe-se em canais de confiança, como o Direitos que eu tenho, para seguir firme na busca do seu direito.

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